É Antonin Artaud: Insolências, organizada por Alex Galeno, Fagner França e Gustavo Castro, Belo Horizonte, Editora Moinhos, 2018, incluindo meu artigo “Mais sobre Antonin Artaud: a transcrição de uma palestra” – a palestra que dei em dezembro de 2014 na Oficina Cultural Oswald de Andrad, promovida pela Taanteatro Companhia, de Maura Baiocchi e Wolfgang Pannek, como parte do ciclo ‘Debates: pensamentos em performance’ e do lançamento de “cARTAUDgrafia” – projeto coreográfico da Taanteatro Companhia sobre a obra e vida de Antonin Artaud, logo após o espetáculo “Androgyne – Sagração do fogo”. Também foi gravada, disponível em https://www.youtube.com/watch?v=YbMBNG-24iw&feature=youtu.be . Claro que, transcrito, passa a ter outra legibilidade.
Para terem uma ideia de como Antonin Artaud: Insolências é substanciosa, transcrevo a seguir o índice do livro. Satisfação em fazer parte, pois estou em ótima companhia. Estudiosos e interessados em Artaud não poderão queixar-se de falta de informação adicional.
EM TEMPO: Este ano sai nova edição de meu Escritos de Antonin Artaud de 1983 (e reedições), beneficiado pela entrada em domínio público. Já combinei com a L&PM. Com mínimas revisões / atualizações. Incrível como, com a dificuldade de acesso à reduzida bibliografia então disponível, acertei a mão – está valendo, penso.
O sumário de Antonin Artaud: Insolências:
Prefácio, Maria da Conceição de Almeida e Edgard de Assis Carvalho; Apresentação, Alex Galeno, Fagner França e Gustavo Castro.
ALQUIMIAS DO VERBO
In(atualidades) artaudianas, Entrevista com Florence de Mèredieu
Mais sobre Antonin Artaud: a transcrição de uma palestra, Cláudio Willer.
Testemunho de um percurso: é possível pensar com Artaud? Ana Kiffer
A escrita e seu duplo, Gustavo Castro
Artaud e o Teatro Total, Hermano Machado
CONVULSÕES CÊNICAS
“A derme da realidade” (Artaud, Benjamin e o cinema) , Evelyne Grossman
Artaud e o cinema: histórias cruzadas, Fagner França
Glauber Rocha e Antonin Artaud: diálogos viscerais, Adeilton Lima
Antonin Artaud: representações do corpo no teatro e no cinema, Alberto da Silva e Erico José Souza de Oliveira.
O subjétil e a estética da crueldade artaudiana, Gerlúzia Azevedo
O ser e a merda para homens sem juízo: Artaud, Zé Celso e Flávio de Carvalho, Vanessa Daniele de Moraes
PESTES
Além da pulsão de morte: Artaud com Lacan, Camille Dumoulié.
Artaud, a peste , Camille Dumoulié
Ao Sul da carne de Antonin Artaud: para uma metafísica mito-lógica, Florence Dravet
O impoder das palavras, Raymonde Carasco
Antonin Artaud: o poeta, khôra e a erva suplementar da poesia, Ilza Matias.
O que vem depois motiva o teatro, sem parecer sobreposto: considerações sobre a estratégia de antecipação da “Escrita do Suporte ” de Antonin Artaud, Lígia Winter
Artaud – vida insolente, Alex Galeno
Transcrevo, da apresentação:
Os textos aqui reunidos têm como substrato pensar a obra artaudiana no contexto de um sujeito e de uma cultura da insolência. Além disso, no plano mais individual, é preciso também descolar Artaud de certas qualificações mistificadoras como a do sujeito louco, drogado, psiquiatrizado e atormentado. Certo, isso tudo existiu em sua vida. Mas Artaud é isso e além disso. É também, por exemplo, o Nanaki das suas cartas à mãe, Euphrasie Nalpas, à irmã, Marie-Ange, à sua amada Gênica Athanasiou e aos amigos André Breton, Jean Palhan, Jean-Louis Barrault, entre outros.
Por isso dizemos que sua obra precisa ser traduzida e lida no Brasil, para que possamos evitar as reduções do autor a algumas passagens de sua biografia em detrimento de seu legado. Nesse sentido, faz-se urgente a sua divulgação no país. Dos 28 volumes de suas obras completas organizadas por Paule Thévenin e publicadas pela Gallimard até o momento, conhecemos apenas alguns escritos esparsos traduzidos para o português.