Eu já havia postado um texto de Philip Lamantia, o beat-surreal, expondo sua poética. Foi encaminhado por Ikaro Marx: https://claudiowiller.wordpress.com/2012/04/13/philip-lamantia/
Agora, recebi um poema dele, traduzido por Marcio Simões, excelente poeta e tradutor de Natal RN, membro de um grupo de poetas ativos dessa localidade. Transcrevo. É poema ambientalista, então fica como observação sobre o que nossos parlamentares fizeram com o Código Florestal (demonstrando que sempre é possível piorar). Aí vai:
Oi Willer,
Gostei muito do texto do Lamantia que você postou no seu blog, atualíssimo sobre muitos aspectos. Também tenho traduzido algo dele, como o poema abaixo, que também foi postado na net em:
http://furiasdeorfeu.blogspot.com.br/2011/04/philip-lamantia-voz-dos-mediuns-da.html
Abraços,
Márcio
Philip Lamantia | A Voz dos Médiuns da Terra
Estamos mesmo alimentados
com máquinas mentais de paz & guerra
cérebros nucleares de monóxido, computadores cancerígenos
motores sugando nossos corações de sangue
que outrora cantaram coros de aves naturais!
Basta de dínamos & guindastes
bá-bá-bate de polias & pistões
invenção da Humanidade do Demônio
E logo
se forem silenciadas
e sobrevivermos aos altares de sacrifício
do deus automóvel e das vulvas de aço
vertendo loucura molecular
por várias camadas de pó satânico
se a Máquina completa da multidão algemada
não for dissolvida, voltando à Terra
de onde seus elementos foram roubados
deveremos evocar
a Grande Onda Oceânica
Neter das águas
e o Rei Atlante e seus espíritos-serpentes
também conhecidos como
Orco
Dagon & Draco
para que mandem ondas de marés calamitosas
– de mil pés de altura, se preciso –
para enterrar todas as cidades monstruosas de metal
e suas bilhões, bilionárias rodas de morte química!
Oh, William Blake!
tu podes inspecionar, se te aprazes,
esta lição da Varredura Geral de Aquário
que o maravilhoso espírito de purificação terrena do Oceano
irá deter tais pesos e rapinagens
seu sangue metálico e pele muito fina
para nos ensinar a canção terrena de harmonias taoístas!
Tradução de Márcio Simões
Posted by Assis de Mello on 26/04/2012 at 13:13
Belo poema! Visionário, incisivo e atualíssimo. Pena que nossos (nossos uma ova!!) parlamentares não saibam ler nada além de cifras e números…
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