Tabagismo: sete argumentos

Apareceram no Facebook e adicionei à minha página estes versos de Fernando Pessoa / Álvaro de Campos:

“E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.

Sigo o fumo como uma rota própria,

E gozo, num momento sensitivo e competente,

A libertação de todas as especulações”.

Bom pretexto para algumas observações sobre o tema:

  1. Proibir fumo em lugar fechado, banir a indecente propaganda de cigarros, mais recentemente banir os cigarros aromatizados, tudo isso está correto.
  2. Há, contudo, um limite entre a proteção do não fumante e a segregação ou discriminação do fumante. Por exemplo: por algum tempo, no aeroporto de Congonhas havia não só indicações de não fumar, mas de onde podia fumar – um lugar ao relento, é claro, para todo mundo ver os fumantes. Isso é segregação, e não mais proteção. Em outros lugares – públicos, principalmente – também há administradores mais realistas que o rei, mais antitabagistas que o antitabagismo.
  3. Proibir fumo em quartos de hotel é besteira – basta abrir a janela e jogar os tocos no lixo.
  4. Alguém precisa avisar a quem abana a mão diante do rosto quando passo por ele fumando que isso é falta de educação. Imaginem – às 7 da noite na Heitor Penteado na saída do metrô – o que ele está respirando já é muito pior, muito mais prejudicial que qualquer fumaça produzida por mim.
  5.  Poderia ser criado um personagem, o paranoico antitabagista. Seu modelo, Michael Bloomberg, o prefeito de Nova York, que pretende proibir fumar em calçadas e até nos domicílios. Proibir – já não deu certo com álcool, não está dando certo com ‘drogas’, querem repetir o erro com tabaco.
  6. Há um argumento de saúde pública, de que fumar acarreta custos pagos pela sociedade, defendida por gente qualificada, como o dr. Dráuzio, que se tornou falacioso, repousa em um erro lógico. Há inúmeros não fumantes, gente plenamente saudável, que teve câncer do pulmão e demais doenças atribuídas ao tabaco – e vice-versa, idosos saudáveis que fumam. E casos em que abstinência apenas adia algo mais custoso e doloroso. Tabagismo hoje é minoritário, da ordem de 15% – nessa faixa, probabilidade deixa de ser causalidade.
  7. Meu ideal olímpico de qualidade de vida: o fumante não dependente – conheço alguns. Queria ter com cigarro a mesma relação que com o chope de fim de semana – daqui a pouco vou tomar alguns. Pesquisem e chegaremos lá.

12 responses to this post.

  1. Posted by HELENA GENTILI on 12/05/2012 at 13:42

    GOSTEI DA SUA INDEPENDENCIA, NUMA ÉPOCA EM QUE VIROU CULT SER ANTITABAGISTA, BJS

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  2. CESSAR

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  3. Posted by Eliane Boscatto on 13/05/2012 at 02:02

    Olá Willer,
    Posso fazer algumas considerações? Eu já fui fumante, mas parei acho que há uns 20 anos. O cheiro do cigarro começou a me incomodar só depois que parei de fumar, antes nem ligava. Parei quando tive uma pneumonia e o médico me disse que o cigarro deixa os pulmões mais fracos e vulneráveis. Mas acho que se não tivesse parado já tinha morrido ou estaria doente, sou “fraquinha” para fumar e para a mulher o cigarro é mais prejudicial que para o homem, e ainda por cima enruga a pele…rsrsrs. Hoje sei que para os não fumantes, pessoas fumando num local fechado é terrível. Mas já que estamos falando de cigarro, vou aproveitar para falar que também não gosto muito de cerveja e prefiro a escura. Mas gosto de vodca, rum, tequila, saquê e caipirinha de tudo isso aí. Porém, tudo com moderação. Agora vinho…é um perigo, preciso me policiar….rsrsrs
    Abraços!

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  4. Posted by Mauro Jorge on 13/05/2012 at 06:26

    Oi Willer

    Cigarros, drogas e álcool e esta caretização dos porquês da necessidade isso ou daquilo, e, proibições – todos os usuários tratados como os novos leprosos, enfim.
    Cito um trecho (o mais resumido possível) de Monsieur Morpheus, empoisonneur publique de Roger-Gilbert Lecomte:

    “Se Claude Farrère – e possa ele jamais arrepender-se do que fez de melhor ao longo da sua carreira! -, se Antonin Artaud e, principalmente, magnificamente, Robert Desnos, cada qual por seu turno, sozinhos, trataram, sem tabu, do problema das drogas sobre o espírito após a promulgação da pouco inteligente lei da proibição (julho de 1916), nem tudo foi dito e o protesto nâo deve morrer: jamais será tão vivo como no momento presente para responder à diarréia jornalística documentário-moralizadora e principalmente policial sobre os “paraísos artificiais” (sic e sic e resic)…”

    “… sendo seu único ponto em comum a profunda impotência em encarar uma questâo sem dizer “amém” aos grosseiros preconceitos de seus leitores (…)

    “Há, na realidade, para certo número de seres de sensibilidade superaguçada, uma consciência de estados opostos às vezes intensamente aguçada e às vezes dolorosa, Os sinais destas crises exageram-se em alguns predestinados, monstruosos só pelo fato de terem no fundo de si mesmos, como sua pr´pria condenação, um elemento sobrehumano que ultrapassa e contradiz sua época, fulgurações do espírito ou energia física gigantesca. Tais elementos bastam para desajustar enormemente a vida humana (…) E agora admitamos este princípio que é a única justificativa do gosto por estupefacientes: o que todos os viciados pedem às drogas, consciente ou inconscientemente, não são as volúpias equívocas, a hiperacuidade sensual, a excitação e outras balelas com as quais sonham todos os que ignoram os “paraísos artificiais”. É única e simplesmente uma mudança de estado, um novo clima onde sua consciência deverá ser menos dolorosa.”
    (Roger-Gilbert Lecomte)

    Willer, comentando a questâo:

    Que a propaganda de cigarro era indecente em sua falsidade era evidente, mas a histeria grosseira antitabagista que eu enfrento seguido. Além desta intolerância há a onda desta infeliz heroicização nos últimos anos do Capitão Nascimento; um Rambo de ocasião com lição de moral e que usa de uma má consciência que beira o infantil, além do elogio fascista da ordem.
    Um dono da verdade com uma solução mágica (sei…) e um herói com nostalgias de “prendo e arrebento”.

    saudades
    Mauro Jorge

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  5. Cigarros, Drogas, Bebibas, remédios, novelas, sempre existirá aqueles que os amam e os que o odeiam, cada qual com seu argumento e suas necessidades. Não bebo, mas já usei drogas e continuo fumando. O cigarro é tão prejudicial quanto prazeroso. Quando acendo minha brasa não me importo com o que os outros fazem, ou digam, apenas faço aquilo que fumar me permite: Curto. Depois apago, lavo as mãos porque não gosto do cheiro, e pronto. Sou a favor da proibição de se proibir,parafraseando esse quase dito-popular. Abraços Willer.

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  6. Posted by Lilian Gattaz on 15/05/2012 at 01:31

    se FUMO pudesse vir grafado pHUMO, sería mais fácil entenderem o que há de FÉRTIL num maço de marlboro… Abraços Willer.

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  7. […] o histerismo coletivo, ou até mesmo sua sombra. Havia lançado dúvidas, em outra postagem –https://claudiowiller.wordpress.com/2012/05/12/tabagismo-sete-argumentos/ – sobre os dados relativos ao custo do tabagismo para a saúde pública. Ou seja, de que fumar […]

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  8. Tanto se fala das “agruras” de cigarro qualquer, embora a maioria não se ligue que condena a junção de folhas de mato e sua carburação. Essa parte de caretas come carne sem culpa, de um bicho que come mato 24 horas por dia! E ainda falam mal do fuminho do véio!!
    A avó de um conhecido começou com sete anos. Em Portugal há, em uma cidadezinha, um dia do ano que as crianças podem fumar à vontade pelas ruas. Na Indonésia crianças de colo fumam sem culpas. Afora a cannabis e a psilocibina ministradas para um deleite saudável e intelectualmente edificador…
    Assim é gente, legalize à todos entorpecentes Jah!!

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  9. l~
    oie sou uma adolescente e nao fumo, mas super me encomodo com a fumaca so ciagarro. e nao acho falta de educacao, abanar o rosto. #.

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  10. BOA NOITE EU SOU O NILSON E CONCORDO COM O COMENTARIO DA AMANDA, ABANAR O ROSTO NAO É FALTA DE EDUCACAO COMO DIZEM NESSES ARGUMENTOS RIDICULOS. É ISSO AI MANO.

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  11. Deleite o texto do Mestre Willer, acompanhou o ápice das artes dos primórdios da beat com a geração paz e amor. Fumar tabaco têm muitos benefícios à saúde, cientistas têm feito estudos com sucesso sobre o uso de nicotina no tratamento de:

    Mal de Alzheimer
    Esquizofrenia
    Depressão
    Mal de Parkinson

    São atribuídos efeitos como:

    Ativação da memória,
    Excitação
    Aumento da capacidade de concentração
    Aumento da capacidade de raciocínio

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