Adeus, ecocéticos

Sairam, no Estadão de hoje, matérias sobre resultados do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas:

http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/node/47543

Será desconfortável, convenhamos, o calor aumentar em 6 graus.

Há mais:

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,mar-ja-esta-com-nivel-mais-alto,1072754,0.htm

Pobres praias, pobre litoral.

Brasil melhora em índices de desmatamento – ou seja, desmatam menos. Mas nossa matriz energética pode acarretar um desastre, com a aposta no petróleo extraído do pré-sal. Que tal, ao menos, ligarem aquele parque eólico no Ceará, há meses pronto para funcionar, à espera de conexão à rede elétrica? E ampliarem iniciativas como o aproveitamento da biomassa, a exemplo do que está sendo feito no lixão do Gramacho, no Rio de Janeiro? Além disso, mudanças na matriz energética dos Estados Unidos, com a extração de combustível pelo fracionamento do xisto, provocarão um abalo geopolítico nos próximos dez anos. Provavelmente, reduzirão interesse econômico da extração de petróleo através da perfuração em níveis mais profundos, e a exploração de reservas no pré-sal pode revelar-se, literalmente, um furo n’água.

Havia publicado, aqui, observações sobre a revista Veja divulgar, sistematicamente, críticas à hipótese do aquecimento global. Incluem pronunciamentos de ecocéticos (como sempre, valem-se de teorias conspiratórias: é para prejudicar a economia de mercado), uma pesquisa da Universidade de Reading questionando os indicadores de aquecimento global, e até mesmo observações sobre as recentes ondas de frio, como se não comprovassem que o aquecimento é acompanhado por eventos extremos.

Pois bem: mudaram. Matéria desta semana, “A espiral fatal do degelo”, sobre o derretimento da calota polar, chega a ser catastrofista. O urso polar se extinguirá, o nível do mar subirá muito, a liberação de gás pelo derretimento esquentará mais ainda a atmosfera.  Tanto melhor. Renderam-se à evidência.

A propósito dos meios de comunicação que, frequentemente, cito aqui: acompanho-os como sociólogo. Não vou ignorar uma revista com a espantosa tiragem de 1.300.000 exemplares por semana. Dispenso publicações que sejam um mero espelho do que acho ou já sei. É claro que também acompanho as que adicionam, a exemplo de Pesquisa, da FAPESP, entre outras. E gostaria que suplementos e revistas culturais não encolhessem ou desaparecessem tanto.

2 responses to this post.

  1. Os ecocéticos esturricaram neste verão, o lucro deles tb vai esturricar com o tempo porque recursos naturais vão se exaurindo, industriais não funcionam sem energia que, por sua vez, depende de rios que tb estão secando. Pena que o ceticismo e a ganância atinjam toda coletividade. Há relatórios que pintam um cenário desolador já para 2050.

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