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Nestor Makhnó

(Eingeschränkte Rechte für bestimmte redaktionelle Kunden in Deutschland. Limited rights for specific editorial clients in Germany.) Makhno, Nestor Ivanovic 1888-1934anarchist leader , Ukraine (Russia)Portrait, about 1920 (Photo by Archiv Gerstenberg/ullstein bild via Getty Images)

Nestor Makhnó, líder anarquista ucraniano. Comandou o Exército Negro, e aliou-se aos soviéticos contra os russos brancos. Em seguida, no final de 1920, anarquistas ucranianos foram massacrados pelo exército soviético, então comandado por León Trotsky. Makhnó conseguiu escapar e refugiou-se na França, onde morreu em 1934. Conheci um neto dele, poeta, em um festival de poesia. Expressei minha simpatia (que permanece).

As polêmicas irresistíveis: 1922

Theatro Municipal tem programação especial para celebrar centenário da Semana  de Arte Moderna de 1922 | O que fazer em São Paulo | G1

Pergunto: que culpa temos nós que fosse de São Paulo – da Rua Santo Antônio, ao lado de onde morei por muito tempo – o sujeito capaz de escrever e apresentar como poesia uma transgressão dessas? Isto:

RELICÁRIO

No baile da Corte

Foi o Conde d’Eu quem disse

Pra Dona Benvinda

Que farinha de Suruí

Pinga de Parati Fumo de Baependi

É comê bebê pitá e caí.

Podemos fazer listas do melhor e do pior de Oswald: alguém capaz de renegar duas ótimas narrativas anarquistas, o Miramar e o Serafim, tendo antes escrito uma pieguice de porta de sacristia como Estrela de Absinto; autor da peça de doutrinação marxista como O rei da vela, que Zé Celso, impregnado de Brecht naquela altura, transformou em uma encenação brilhante, que desencadeou o Tropicalismo; também capaz de elogiar subliteratos e achincalhar um Jorge de Lima; e, ao viajar pela Europa, de intuir o novo, como na carta a Mário de 1912, sobre “Paul Fort, príncipe dos poetas franceses” – Fort, literato menor, naquela altura, diante da tempestade vanguardista lá em curso.

Mário de Andrade? Paulicéia Desvairada, poesia crepuscular, como já foi acertadamente observado (por Antonio Candido). Macunaíma, genial – Mário leu Koch-Grunberger e foi lá, sabia do que estava falando. Querem saber minha hipótese sobre a gênese dessa narrativa? Injuriado pelo sarcasmo de Oswald (de que Mário, visto de costas, parecia Oscar Wilde), resolveu mostrar o que era antropofagia; e soube mostrar, criou uma das grandes narrativas do século passado. Mário careta, capaz de repreender o bom poeta Luís Aranha e de achar Murilo Mendes exagerado (loucura, não…!). Ao mesmo tempo, criador dos fundamentos de uma política cultural pública de qualidade (conversei com uma colaboradora, ele sabia o que estava fazendo). Mário, o modernizador anacrônico, autor da incrível observação sobre Rimbaud, que também sabia versificar bem, ou algo assim – de todo modo, uma bobagem. O atualizado (lia Borges, sabia da existência da América de língua espanhola).

São Paulo, um poço de paradoxos – quando garoto, haviam inaugurado o cine Marrocos (que pena não terem sabido preservar), para entrar lá precisava usar gravata. O burgo conservador, onde depredaram o Cassino Antártica por causa de uma palestra de Marinetti, e até o final dos anos de 1980, havia o tipo que promovia passeatas contra a Semana de 22 na Rua 24 de Maio e juntava gente – claro, ia até a sede da UBE, que por sua vez teve Mário, Paulo Duarte e Afonso Schmidt na origem….

Evidentemente, o espaço para convulsões como a Semana de 22. Junção de um vago progressismo, a intuição de um acadêmico carioca, Graça Aranha (ainda está por ser relatado o que deu nele), e algum oportunismo com a firme vontade de mudar algo. Deu certo – em boa parte, graças à cegueira e histerismo da burguesia paulista. Da classe média; parte da elite recebia os modernistas e promoveu grandes iniciativas culturais.

Outra hora, escreverei mais a respeito.

Um novo curso: Visões de Antonin Artaud

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https://willercursos.wixsite.com/willer/cursos

Quando preparei Escritos de Antonin Artaud para a L&PM, em 1983 (com sucessivas reedições, a mais recente, revista e atualizada, em 2020), não havia quase nada sobre ele no Brasil. Uma biografia, a lembrança de Pagu e Dora Ferreira da Silva haverem tratado dele, um vazio nas bibliotecas. Desde então, cresceu o número de edições, saíram novos ensaios, houve as encenações (inclusive a do Oficina e o trabalho sistemático do Taanteatro, entre outros). Enfim, Artaud chegou ao Brasil. Hora, portanto, de atualizar informações. Há mais a dizer sobre a relação dele com o corpo, a linguagem, Deus e as doutrinas religiosas (especialmente gnosticismo), os rituais, o teatro. Há material audiovisual, gravações com ele e sobre ele, registros de encenações e palestras. Portanto, não faltará assunto para mais uma série de três palestras, seguindo o modo tão bem recebido através dos cursos sobre surrealismo, geração beat, gnosticismo, Rimbaud e Roberto Piva, por meio de WILLER CURSOS. 

NOVOS CURSOS: UMA CONSULTA

Cursos on line, no modo remoto, vieram para ficar, mesmo com o retorno de atividades presenciais. Há ótimas ofertas, por gente qualificada. E os resultados dos cursos que ministrei até agora através de WILLER CURSOS – Misticismo e poesia, Surrealismo, Geração Beat, Rimbaud – foram animadoras, com dezenas de participantes ativos.

Por isso, faço uma consulta sobre próximos cursos. Qual prefeririam?

Vozes de Antonin Artaud

Surrealismo e cinema

Xamanismo e Poesia.

Nas três alternativas de curso, ilustrarei, exibirei trechos.

Agradeço participação e colaboração na divulgação.

REGASTEIN ROCHA (1935-2022)

Nenhuma descrição de foto disponível.

Dos meus melhores amigos. Generoso. Talentosíssimo. Com um senso de humor único, especial. Apresentado por Roberto Piva, em 1961 ou 62: “Willer, conheci um perfeito beatnik! Regastein Rocha…!” Acabou hospedando-se em meu ap. Participou muito daquele grupo, está na foto de capa de Os dentes da memória. Será lembrado pela contribuição às artes gráficas (editoras Práxis e Raízes), porém há muito mais, que ele, retraído, não mostrava. Escrevia – li originais que ele desistiu de publicar – e, principalmente, fotografava. Frances Rocha, filhos e filhas preservarão e mostrarão. Houve exposição de suas edições, uns quatro anos atrás. E já falei algo sobre o livro dos Ianomâmi de Claudia Andujar (perseguido pelo relacionamento com Darcy Ribeiro e Thiago de Melo naquele 1977, obrigado a fechar a gráfica temporariamente, abrigado por Wesley Duke Lee, não tocava no assunto) .

Uma geração talentosa se esvai: Piva, De Franceschi, Raul Fiker, Maninha, Rugiero, Décio Bar. Conversarei com Bicelli e Ralph sobre sermos remanescentes.

Em defesa do Campo de Marte

É noticiada a transferência do aeroporto urbano e aeroclube de São Paulo, o Campos de Marte, um terreno municipal, para o governo federal, em troca do abatimento de dívidas.

O espaço poderia ter dois destinos. Um, ser convertido em mais uma bela área verde, algo de que São Paulo precisa. Outro, permanecer como está, um curioso anacronismo.

Mas não. Conforme o jornal Estadão, atual presidente pretende instalar um colégio militar (típico) e negociar o restante com a “iniciativa privada”; ou seja, entregar à especulação imobiliária, para erguerem mais um paliteiro de prédios, desfigurando a região – a exemplo do que fizeram na Água Branca – Lapa de Baixo.

Isso ainda levará algum tempo; e o mandato do atual ocupante deverá ter mais um ano. Não obstante, convém estar atento. Entidades e organizações ambientalistas / preservacionistas? Condephaat? Conpresp? Associações de moradores?

Ficar de olho. Evitar a repetição do refrão de que sempre é possível piorar.

Um novo curso: a volta de Arthur Rimbaud

A seguir, todas as informações sobre este curso.

Pode ser uma imagem de 2 pessoas e texto

Para completar ou suplementar a arte preparada por meus colaboradores em Cursos Willer, um texto detalhanado minhas intenções: Lembrando o link para inscrições e outras informações:

https://willercursos.wixsite.com/willer/cursos

Há exato um ano, dei um curso sobre Rimbaud pelo modo remoto, on line. Teve uma excelente aceitação. A ementa ou sinopse para divulgação do curso foi esta:

Terá sido Arthur Rimbaud o poeta do final do século 19 que exerceu maior influência na contemporaneidade? Por que? Sem deixar de lado sua biografia e sua lenda, o curso abordará a revolucionária poesia em prosa de “Uma Temporada no Inferno” e “Iluminações”, além de toda a sua obra em versos.

Os motivos para retomar o exame do poeta-adolescente, ícone da rebelião, são os seguintes:

  • Sempre há mais para ser dito, para ser acrescentado ao exame de um poeta com a riqueza e complexidade de Rimbaud;
  • Aprende-se dando cursos; sempre é possível melhorar o que já foi apresentado (naquele curso, em palestras anteriores, em artigos);
  • Acho que fiquei devendo e conseguirei mostrar mais: não só no exame da poesia, especialmente das Iluminações, mas no tópico da relação entre poesia e biografia, para entender como foi possível, como é que pôde o autor de uma contribuição literária decisiva largar tudo daquele modo e ter um fim de vida tão deplorável.
  • Um texto da magnitude de Flagrant délit de Breton – entre outros – merecia mais comentários, um exame mais detalhado. Caberia uma caraterização melhor da sua influência.
  • Algumas questões, acho, ficaram no ar. Por exemplo: por que ele largou tudo e migrou para a África? Afinal, ele estudou alquimia? Qual o alcance e a limitação das decifrações herméticas ou alquímicas ou gnósticas?

Enfim, não faltará assunto. Será examinada a produção poética em versos, a revolucionária poesia em prosa de Uma temporada no inferno e Iluminações, e sua marginalia precursora, como o Álbum Zútico e Os Stupra, publicados apenas em 1942.

Alguns tópicos que pretendo retomar e ampliar, começando pelo comentário do notável prosador francês Julien Gracq:

“Em lugar de ver no sentimento poético o resíduo, em meio a uma sociedade submetida às normas da razão, de uma maneira de viver e de sentir condenada, objeto de discretos suspiros e piedosos lamentos, Rimbaud o invoca ao contrário como um pressentimento, uma solicitação veemente de ser preciso “mudar a vida” para levá-la à altura da lancinante revelação. De lamentação nostálgica e lamento estéril, a poesia para ele e através dele se torna o selo de uma promessa, chamado, grito de convocação, incitação à mobilização dos novos homens que se põem em marcha.”

O autor de Le Rivage des Syrtes ilustra com algumas das frases fulminantes, expressões de um pensamento utópico e visionário, convocações ou anunciações da realização da poesia:

É mais que certo, é oráculo o que digo. … Eis o tempo dos Assassinos ….

Um toque de teu dedo no tambor liberta todos os sons e começa a nova harmonia.

Quando iremos afinal, além das praias e dos montes, saudar o nascimento do trabalho novo, da nova sabedoria, a fuga dos tiranos e demônios, o fim da superstição, para adorar – os primeiros! – o Natal na terra! O canto dos céus, a marcha dos povos!

… e então me será lícito possuir a verdade em uma alma e um corpo.

É a vigília, contudo. Acolhamos todos os influxos de vigor e de autêntica ternura. E à aurora, armados de ardente paciência, entraremos nas cidades esplêndidas.

É preciso ser absolutamente moderno.

Na Grécia, já o disse, versos e liras ritmam a Ação.

E, principalmente:

O EU é um outro.

Eu digo que é preciso ser vidente, se fazer vidente. O poeta se faz vidente por um longo, imenso e pensado desregramento de todos os sentidos.

Poemas serão projetados na tela ao serem comentados. Participantes receberão resumo de cada aula, e poderão encaminhar perguntas e comentários por e-mail.

Em tempo: a fotografia que ainda circula, supostamente de Rimbaud durante a Comuna de Paris, é fake. Foi tirada durante a derrubada do obelisco da Place Vendôme, a 21 de maio de 1871: mesma data da Carta do Vidente, que Rimbaud escreveu em casa. Esteve na Comuna na caserna de Babylone, mas caiu fora em abril daquele ano.

UM NOVO CURSO: OS VISIONÁRIOS – POETAS MÍSTICOS, GNÓSTICOS, REBELDES

Pode ser uma imagem de ‎texto que diz "‎Curso on line (via Zoom): "OS VISIONÁRIOS: POETAS MÍSTICOS & GNÓSTICOS", COM CLAUDIO WILLER Segundas, das 20 às 22 horas De1 27 de setembro de 2021 Informações em: ht:u DNE 多 س‎"‎

Após os ótimos resultados dos cursos ‘on line’ sobre Rimbaud, Piva, surrealismo e geração Beat, agora será a vez das relações entre poetas e rebeliões religiosas. Dando prosseguimento ao que já publiquei e examinei em palestras e cursos, tratarei de tópicos como estes:

O que é misticismo? E gnosticismo? Como pode ser associados? Como se projetam na criação poética?

Quais são as principais polêmicas associadas ao gnosticismo? E à sua relação co0m a criação literária?

Rebeliões fundadas em categorias religiosas: isso ainda existe? Aplica-se a quais poetas? De que modo?

É apropriado chamar Baudelaire de místico? E de gnóstico?

Walt Whitman foi um poeta gnóstico? De que espécie, sob quais aspectos?

O que pode ser acrescentado ao capítulo das relações entre William Blake e o gnosticismo?

Quais foram os principais poetas brasileiros do século XX que poderiam ser associados ao gnosticismo?

O que foi o Espírito Livre? Essa doutrina encontra expressão em poetas modernos?

“Místico em estado selvagem”: o que há de verdadeiro ou correto nesta caracterização de Rimbaud por Paul Claudel?

O que é poética das antinomias? E teologia negativa? Quais os melhores exemplos dessas categorias?

MAIS INFORMAÇÕES:

Os visionários:
poetas místicos, gnósticos & rebeldes

Inscrições abertas

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Informações gerais

Carga horária: 6h (3 encontros de 2h)

Segundas-feiras

dias 13, 20 e 27 de Setembro 

Horário: das 20h às 22h

On-line, ao vivo, via Zoom

R$150,00 à vista,

ou em até 10x pelo pagseguro

Clique no botão abaixo e faça o pagamento via PagSeguro. Depois envie seu comprovante para willer.cursos@gmail.com e aguarde nosso contato com direcionamentos.Comprar

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Agradeço pelo comparecimento e divulgação.

SEGREDOS DA GERAÇÃO BEAT: UM NOVO CURSO

Ginsberg e Kerouac

Nos cursos e palestras que tenho apresentado, não me repito. Procuro trazer novidades. Especialmente com relação à Geração Beat, assunto de que já tratei em dois livros, nas traduções de Allen Ginsberg e Kerouac, em artigos e entrevistas.

Inscritos conhecerão detalhes relevantes e significativos: Por exemplo: qual disco de qual intérprete Ginsberg pôs para tocar quando soube que ia morrer? Por quê? Qual o sentido político dessa escolha? Terão meios para enriquecer a leitura, através do exame de algumas obras seminais. Mostrarei quais são os motivos para considerar Doctor Sax e Vanity of Duluoz de Kerouac obras primas. Apresentarei alguns roteiros de leitura de On the Road, como obra polifônica que uma quantidade de críticos bitolados não entendeu. A propósito, quantas vezes o próprio Kerouac reescreveu On the Road? Quantas mentiras ele contou sobre o processo de criação dessa obra? (Kerouac foi um gênio literário compulsivamente mentiroso).

E William Burroughs? Afinal, quais de suas obras escreveu sozinho ou coletivamente? E a presença anárquica e perturbadora de Gregory Corso, menino de rua, delinquente e presidiário antes de projetar-se como poeta?

Estes e outros tópicos farão parte do curso. O ciclo de três apresentações terá um sentido de resistência cultural, como gênese de uma contracultura, de um movimento pela liberdade, oferecendo argumentos e, quem sabe, instrumentos para fazer frente ao surto de obscurantismo que, por enquanto, somos obrigados a presenciar. 

Todas as informações sobre o curso, aqui:

https://www.facebook.com/cursoswiller/posts/803090777022551?notif_id=1624387016956587&notif_t=page_share&ref=notif

Carga horária: 6h (3 encontros de 2h). Assim como os cursos anteriores, às segundas-feiras: dias 12, 19 e 26 de julho. Horário: das 20h às 22hOn-line, ao vivo, via ZoomPreço: R$ 150,00 (à vista ou em até 10X, sempre pelo PagSeguro)

Informações e inscrições pelo link ou pelo QR Code do banner: https://willercursos.wixsite.com/willer

Em homenagem

Maninha Cavalcante: 21 de dezembro de 1940 – 18 de abril de 2021

As ilustrações:

Retrato. Não me lembrava. Deve ser de uma série pela fotógrafa Linda Conde, por volta de 1970.

Minha foto predileta de nós dois, 1966, ateliê dela na R. Barata Ribeiro. Quem tirou? Regastein Rocha, Irco, outro amigo? não lembro.

Quadro, enviado por Roberto Bicelli.

Uma das ilustrações da edição de 1970 de Os Cantos de Maldoror.

Capa do livro de poesias Areal de Thereza Christina Rocque da Motta, década de 1980.

Ainda postarei mais da obra da obra dela.