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Estarei lá, neste sarau

Na próxima terça feira, a partir das 20h30 h, iniciativa de meu amigo Benedito Bergamo e outros apreciadores da poesia. Estarei neste encontro, assim retornando à Praça Roosevelt, lerei e direi algo e trarei exemplares de A verdadeira história do século 20.

SARAU BEAT: A FESTA NO PRÓXIMO SÁBADO, APÓS MINHA PALESTRA NO FESTIVAL DE CINEMA BEAT NO CCBB

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Quando: Dia 07 de janeiro, sábado, a partir das 20:00 h.

Onde: Comuna Rua Cardeal Arcoverde, 520  Pinheiros – São Paulo – SP

ENTRADA FRANCA

“Soltem as fechaduras das portas!
Soltem também as portas dos seus batentes!”

A programação divulgada pelos organizadores – agradecendo aos poetas e demais artistas e animadores culturais que se associaram ao evento:

O ponto de convergência entre os gatherings esfumaçados do Greenwich Village nos anos 40 e os Acid Tests de Ken Kesey na Califórnia vinte anos depois é só um: a palavra falada. O spoken word de Jack Kerouac possibilitou que a geração do pós-guerra rompesse com velhos valores conservadores e questionasse tudo, principalmente a si mesmos. A estrada beatificada de Kerouac, as barbas e os mantras de Allen Ginsberg e a agulha mais a mira certeira de William S. Burroughs definiram não só a literatura moderna, mas cada um de seus leitores.  Celebrando a palavra falada e todos os expoentes da nossa geração, a Comuna e a Saraguina Filmes apresentam o Sarau Beat, uma festa dedicada à poesia e pensamento desses poetas e autores, que marcaram toda um época.

[PROGRAMAÇÃO]

Noite de autógrafos com o poeta e ensaísta Claudio Willer (dos livros de poesia Estranhas experiências e A verdadeira história do século 20)

RÉCITA BEAT com

Claudio Willer

Roberto Bicelli

Ademir Assunção

Mário Bortolotto

Gabriel Rath Kolyniak

Guilherme Ziggy

Mauricio Salles Vasconcelos

Vanderley Mendonça

Joaquim Bührer

Lerei uma tradução minha inédita de Ginsberg e outra de Kerouac, entre outras intervenções.

Este trio se apresentará em São Carlos

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(na foto recente, Antonio Fernando de Franceschi, eu e Wilson Alves-Bezerra à saída de um restaurante)

QUANDO: dia 09 de setembro, quarta feira, das 18 às 20 h.

ONDE: Teatro de Bolso do DAC, localizado na área Sul do Campus São Carlos da UFSCar, Universidade Federal de São Carlos.

REALIZAÇÃO: Coordenadoria de Cultura (CCult) da UFSCar

A PROGRAMAÇÃO: Antonio Fernando de Franceschi lerá seus poemas mais recentes, inéditos. Comentarei sua poesia. Haverá apresentação musical de duo de piano e clarineta, com Alessandro Silva e Fred Cavalcante, professores do Departamento de Artes e Comunicação (DAC) da UFSCar. Wilson Alves-Bezerra coordenará a sessão.

Mais em: http://www2.ufscar.br/servicos/noticias.php?idNot=7717

Apresentações públicas de Antônio Fernando de Franceschi são raras. Dedicou-se mais a divulgar outros autores, através de sua atuação no Instituto Moreira Salles. A iniciativa de Wilson Alves-Bezerra possibilitará ouvirem um representante do melhor da poesia contemporânea brasileira.

Do informe da UFSCar: O poeta Antonio Fernando de Franceschi tem sete livros de poemas publicados: Tarde revelada (Editora Brasiliense, 1985); Caminho das águas (Editora Brasiliense 1987); Sal (Companhia das Letras, 1989); Fractais (Editora Brasiliense, 1990); A olho nu (Companhia das Letras, 1993); Cinco formas clássicas (BEI, 2002) e Sete suítes (Companhia das Letras, 2010). Dedicou-se à crítica de arte, publicando livros nesta e outras áreas. Foi vencedor do Prêmio Jabuti (Revelação) em 1985 e, entre seus cargos editoriais foi diretor do Instituto Moreira Salles, no qual se  destacou como editor da revista Cadernos de Literatura Brasileira. Preparou recentemente uma série de 12 poemas, que serão lidos publicamente pela primeira vez na UFSCar no Quartas de Bolso. Claudio Willer é poeta, ensaísta e tradutor, ligado à criação literária mais rebelde, ao surrealismo e geração beat. Lançou Estranhas experiências, poesia (Lamparina, 2004); Geração beat (L&PM Pocket, 2009); Um obscuro encanto: gnose, gnosticismo e poesia (Civilização Brasileira, 2010); Os rebeldes: Geração Beat e anarquismo místico (L&PM, 2014). Traduziu  Lautréamont, Allen Ginsberg, Jack Kerouac e Antonin Artaud. É doutor em Letras pela Universidade de São Paulo (USP), onde completou seu pós-doutorado. Alessandro Silva é bacharel em Música pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com mestrado em Música pela Universidade Federal de Goiânia (UFG). Fred Cavalcante é bacharel em Música pela Unicamp, tem mestrado e doutorado em Educação pela UFSCar. Atuou em gravações e shows em diversas cidades, como instrumentista, produtor e arranjador, e é um dos mentores do projeto Quartas de Bolso.

Em tempo: vejam / ouçam a gravação recente de poemas de Wilson Alves-Bezerra, de seu livro Vertigens (Iluminuras), recém-lançado:

https://www.youtube.com/watch?v=L8h61wrfqJ0

https://www.youtube.com/watch?v=INbNTCBJpM8

Venezuela: estive lá. E faz algum tempo pretendia postar isto

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A foto foi tirada em Barinas, terra natal de Hugo Chávez. Agradeço a Élida Lima, agente cultural local. Participava do Festival Mundial de Poesia, 17 a 23 de julho de 2006.

Foram seis belos dias. O teatro Teresa Carreño, equivalente local do Municipal, em um parque, ao lado de um museu, lotado, público atento para ouvir 54 poetas, 28 da Venezuela e 26 de outros países. Havia até da Austrália, China e Japão. Organização exemplar. Monitores bilíngües para nos acompanhar. Hotel Hilton Caracas, dos melhores 5 estrelas em que estive. Política cultural de qualidade: deu para comprar bons livros, baratos, publicados pela Monte Ávila e El perro y la rana. Minha participação está em uma bela antologia: 3er Festival mundial de poesía – Venezuela 2006, Fundación editorial el perro y la rana, Caracas, maio de 2007.

Hoje não é mais assim. Dinheiro acabou. Festival continua, mas na base do voluntarismo, não conseguem oferecer passagens, infraestrutura e “viático”, como denominam o cachê. Hilton foi estatizado, piorou. Boas editoras como a Monte Ávila, encampadas, não têm mais distribuição.

Desconfiado de que chavismo seria mais um caudilhismo latino-americano, cheguei avisando que não estava disponível para propaganda. “No firmo nada”, disse para os organizadores, simpaticíssimos, hospitaleiros. Até um manifesto anti Bush eu recusei assinar, mesmo havendo encabeçado o manifesto brasileiro quando invadiram o Iraque. Escolhi poemas de intimismo lírico; podia ter apresentando algo como os que lia nas manifestações contra os militares na década de 1970. Apreciaram, aplaudiram-me com entusiasmo. Leitura do original com a projeção da tradução em espanhol ajudou. Que pena não haver registro digital.

Mas foram recebidos friamente poetas querendo ser arautos de uma revolução, com textos gotejando o sangue de mártires da militância. Algumas apresentações, não vaiaram mas não se deram ao trabalho de juntar as palmas das mãos para fazer ‘clap clap clap’. Soube depois que público era composto por estudantes universitários; opunham-se a Chávez e logo sairiam às ruas em protesto contra a expropriação da emissora de TV de oposição.

Passeei. Fiz compras, daquelas inevitáveis quando se viaja. Fui de metrô ao centro de Caracas, parecido com o Tatuapé no trecho da Radial até a praça Silvio Romero. Tudo no shopping era importado. Levei meias e cuecas da Lupo, camisa chinesa, colônia francesa. Nenhum produto venezuelano. Na rua, muro grafitado com dizeres de que capitalismo mata não sei quantas crianças por minuto em letras pretas, bem grandes.

Além de Caracas, participantes apresentavam-se em outras localidades. Podia ter-me cabido um desses lugares sensacionais da Venezuela, como Mérida, nos contrafortes andinos e com a cachoeira mais alta do mundo, ou Maracaíbo, com o enorme lago à beira mar. Coube-me Barinas. Foi uma viagem no tempo, qualquer coisa como ir parar em Presidente Prudente em 1950. Hotel, prédio de 1930, por aí, reformado para que os quartos tivessem banheiro. Apresentação acabou sendo em Pedraza, a uns 60 ou 70 km, possibilitando ver mais do país. Barinas tem mais de 300.000 habitantes e fica na parte agriculturável da Venezuela. Vi campos vazios, pastagens onde despontava algum solitário boi ou vaca. No aeroporto, um balcão em que vendiam queijos feitos na região.

Venezuela é um país maravilhoso. Tem montanhas andinas, selva amazônica, litoral deslumbrante, grandes extensões de terra para agricultura. Mas não produz nada, não planta nada, não fabrica nada. Culturalmente avançada, porém economicamente atrasada. Mantém-se com a exportação de petróleo. Até a carne bovina é importada do Brasil. Antes, oligarquias ficavam com a receita do petróleo, distribuíam-na entre seus pares e gastavam em obras públicas, rasgavam autopistas em Caracas – uma delas, logo atrás do ex-Hilton, impossibilita acesso a pé a uma reserva florestal, coisa típica de sociedade muito desigual, estratificada, um planejamento só para usuários de automóveis mas que nunca impediu os “paros”, os enormes congestionamentos. Com Chávez e o bolivarismo, passou-se a distribuir uma parte para os pobres. Penso que deixaram de assimilar algumas lições brasileiras, nossos mecanismos para promover desenvolvimento, BNDES, EMBRAPA, INCRA, crédito rural conjugado à ameaça de ocupação pelo MST, obrigando proprietários a produzir. Chavistas hostilizam a economia de mercado e o capital privado, mas não criaram alternativas. Sequer tentaram replicar o modo soviético, investimento em produção via planejamento central. Comentei com Floriano Martins – indicou-me para aquele festival e me publicou em uma boa antologia venezuelana de surrealismo, Un nuevo continente – que, quando a cotação do barril de petróleo caísse, seria o caos. Não deu outra. Hoje, filas para comprar comida, faltam bens de primeira necessidade, inflação e desemprego crescem. Resposta do regime é endurecer, fechar-se mais. Prendem opositores, mataram manifestantes, intervieram na mídia. Há gente que gostaria de resolver desse modo aqui.

E agora arrumaram um incidente diplomático de graça, de pura bobeira. Deixassem os senadores brasileiros ir lá, ver os presos. Consequências do que fizeram irão complicar mais ainda para eles. Pode dificultar permanência no Mercosul. (Em tempo, postado alguns dias depois: parece que a iniciativa valeu como pressão, conjugada a outras visitas e manifestações, pois o governo Maduro marcou data de eleição e a libertação de alguns opositores, presos políticos, está sendo anunciada)

Evito generalizar. Governos da tendência bolivarista não acarretam obrigatoriamente catástrofes. Situação da Venezuela difere do que se passa no Equador ou Bolívia. O equatoriano Correa é autoritário mas parece saber administrar. Não obstante, o contraste de Venezuela e Colômbia é interessante. Estive na Colômbia, em outro festival de poesia esplêndido, o de Medellín em 2010. Uma bela cidade, uma região maravilhosa. O esplêndido museu (apresentei-me em uma das salas), a praça com os Botero, quantidade de bibliotecas e auditórios para ler poesia, parques e passeios. Tomei metrô e o famoso teleférico. Nem tudo é assim, é claro: para voltar do mercadão varejista, o “minorista”, ao hotel, recomendaram-me pegar táxi por segurança. Mas conversei com pessoas muito satisfeitas com a melhora da situação colombiana nos últimos anos, disseram-se aliviados por não deparar com cadáveres ao dobrar a esquina. Foi conseguido através da submissão aos Estados Unidos, dirão sectários. E daí? O que importa mais, o bem estar da população ou afirmar autonomia a qualquer preço? Competência, qualificação para governar, não são variáveis decisivas, em um ou outro caso? Discursos não movem nações.

A propósito de grandes festivais de poesia – há muitos, além de Medellín e do que havia em Caracas: precisamos de algo assim no Brasil. Proliferação de festas literárias é positiva, apesar da nota dissonante pelo encerramento da Jornada de Passo Fundo, o mais produtivo dos eventos dessa categoria. Mas a apresentação ao vivo de poetas é outra coisa. Forma leitores e ouvintes. Sequer é antagônica com relação ao mercado editorial: em Caracas e Medellín, livros eram vendidos e circulavam. Fica a sugestão. Disponho-me a colaborar.

Cabaret Café: poesia no Panorama do Teatro do Incêndio, SESC-Bom Retiro

Quando: Dia 24 de junho, quarta-feira, às 19h30.

Onde: SESC-Bom Retiro, Alameda Nothmann, 185, Bom Retiro/SP. Tel.: (11) 3332-3600, sescsp.org.br/bomretiro

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A ilustração deve dar uma idéia do que acontecerá. O “Cabaret Café” consistirá em uma improvisação bem planejada (que tal esse oximoro?), apresentando poemas e outras atrações, protagonizada por Marcelo Marcus Fonseca, Roberto Bicelli e por mim.

É parte de um ciclo que inclui ensaio aberto do espetáculo Pano de Boca (dia 25, quinta feira), reapresentação de São Paulo Surrealista (dia 26, sexta feira) e Pornosamba e a Bossa Nova Metafísica (dia 27, sábado).

Outras atrações espantosas também serão anunciadas. Lembrando que tive participação ativa na preparação de São Paulo Surrealista partes 1 e 2: encenações que foram apreciadas e aplaudidas, e por isso ficaram mais de um ano em cartaz.

A seguir, “release” desses acontecimentos:

Sesc Bom Retiro apresenta panorama teatral com a Cia. Teatro do Incêndio

Entre os dias 24 e 28 de junho, o Sesc Bom Retiro apresenta oPanorama – Teatro do Incêndio, que mostra a multiplicidade criativa da Cia. Teatro do Incêndio, fundado e dirigido por Marcelo Marcus Fonseca.

Fazem parte do Panorama os espetáculos Cabaret Café (24/06, quarta, às 19h30), ensaio aberto de seu próximo espetáculo Pano deBoca (25/06, quinta, às 20h) que tem estreia marcada para 11 de julho na sede da companhia, São Paulo Surrealista (26/06, sexta, às 20h),Pornosamba e a Bossa Nova Metafísica (27/06, sábado, às 20h).

Uma das companhias mais atuantes da capital, o Teatro do Incêndio este entre os grupos que têm migrado por várias sedes no centro da cidade, diante da especulação imobiliária. sua temática vai além do teatro, propondo discussões de cunho coletivo onde o cotidiano, a memória e a diversidade estão presentes de maneira absoluta e democrática.

 

Gravações de leituras de poesia: “Bomba” de Corso, Piva, Abujamra

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Minha leitura de “Bomba” de Gregory Corso já está no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=SmGRQ1OWrY4&feature=youtu.be
Tradução de Márcio Simões. Gravação pelo poeta Pedro Spingolon, durante minha apresentação em Bragança Paulista, dia 24 de maio. Faltam os 5 minutos iniciais. Pretendo ler mais vezes, até soar do jeito como quero. Está em Gregory Corso: Antologia poética, muito bem preparada por Simões, encontrável em http://edicoesnephelibata.blogspot.com.br/ – absurdo um trabalho dessa importância não ter uma circulação mais forte. Ilustrei com duas fotos de Corso – uma delas, em companhia de Ginsberg.

Um registro impressionante: o próprio Corso lendo “Bomb” – só os 10 minutos finais. https://www.youtube.com/watch?v=saWe763FFYY – como a leitura dele é fluente.

Vejam esta esplêndida declamação de ‘A piedade’ de Roberto Piva por Antonio Abujamra que achei através do Google. Aula de leitura de poesia, valorizando cada frase e cada imagem do poema, na medida certa. Piva também o lia bem. Abria suas apresentações com esse poema, como se fosse um cartão de visita: https://www.youtube.com/watch?v=3F9xjlwy-PI

Uma entrevista de Piva de 1982, a propósito do lançamento de 20 poemas com Brócoli, para o programa de Álvaro Alves de Faria na Jovem Pan. Especialmente irreverente (ele e Lula não frequentavam as mesmas saunas, diz) https://www.youtube.com/watch?v=4HOD3dNCCK4