Nova palestra: Jack Kerouac e a Geração Beat, um guia de leitura

Quando: Na próxima quinta feira, 30 de março às 19h30 até as 21h30

Onde: EdLab – Editora Hedra: Rua Fradique Coutinho, 1139, Vila Madalena – São Paulo – SP. Fone 11 3097-8304 / e-mail: edlab@hedra.com.br.

Inscrições: R$ 10,00

Informam os organizadores: O poeta, ensaísta e tradutor CLAUDIO WILLER retoma o ciclo de palestras sobre a Geração Beat desta vez para inaugurar um novo espaço de debates e produção literária: o Ed.Lab, na sede da Editora Hedra.

Veja também em https://www.facebook.com/events/404429646589624/ –

Meu comentário: Palestras anteriores sobre o tema – nas mostras de cinema beat em Brasilia, São Paulo e Rio de Janeiro – lotaram auditórios, a ponto de faltarem lugares e sobrar público. Por isso retomo, desta vez utilizando as confortáveis instalações do EdLab da editora Hedra e seus parceiros, cobrando um ingresso de R$ 10,00. Entendo que, a cada nova apresentação, é possível adicionar, refinar interpretações desse autor cada vez mais lido e estudado, assim desmentindo a crítica retrógrada que negava seu valor. Palestras anteriores estão disponíveis no YouTube – mas, convenhamos, ao vivo, podendo conversar, é mais confortável e interessante.

Kerouac fascina. Examinar sua obra é desvendar um universo. Explorou as possibilidades da expressão escrita através de narrativas memorialísticas e de auto-ficção, poemas, crônicas e outras modalidades. Interessa especialmente o que o criador do termo “Geração Beat” tem de paradoxal, ambivalente, contraditório. O modo como ficcionalizou sua biografia e ao mesmo tempo se inventou, transformando-se em personagem de si mesmo. A mitologia pessoal que criou. Por exemplo, a criação de On the Road: sim, ele escreveu o livro em três semanas; no entanto, três revisões subseqüentes foram por sua iniciativa, antes de entregá-lo à Viking Press; e, como atestam seus diários, já o vinha escrevendo desde 1948. Ele se pôs a viajar com Neal Cassady depois da decisão de fazer seu registro da Geração Beat.

Tomando o conjunto da obra de Kerouac e On the Road em especial, é possível propor roteiros de leitura e interpretações que adicionam sentido, recorrendo a uma ensaística que vem crescendo, atestando sua importância e atualidade. Examinarei a relação de On the Road e Visões de Cody, outra de suas obras primas; mostrarei como Doctor Sax é polifônico; interpretarei a flagrante contradição entre Vagabundos iluminados e Anjos da desolação. Principalmente, mostrarei como explorou topdas sua prosódia, na qual se combinam o apaixonado por jazz, o falante do dialeto joual (sua primeira língua) e o leitor de Shakespeare, Joyce, Dostoievski, Rimbaud e tantos outros

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