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Mulheres da Geração Beat: nova palestra no Centro Cultural do IEL-Unicamp

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A poesia engajada e a prosa subversiva de Diane di Prima

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A vida breve e trágica e as amostras da refinada poesia de Elise Cowen.

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Os relatos precisos e a finura de estilo de Joyce Johnson.

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As mulheres precursoras e as continuadoras da Beat.

As relações complexas, ambivalentes, por vezes terríveis e desastrosas, por vezes sublimes de autores beat com mulheres.

Tudo isso, na minha próxima palestra no IEL-Unicamp

Onde: Auditório do Centro Cultural do IEL-Unicamp

Quando: Dia 13 de abril, quarta feira, às 14 h.

Venham.

Agradeço avisarem interessados.

 

Novidades: Diane di Prima e santidades

Rogério de Campos dirigiu a Conrad, responsável por uma quantidade e diversidade de edições de HQs e livros como aqueles de Hunter Thompson, Hakim Bey e Luther Blisset, assim promovendo atualizações da contracultura e anarquismo. Após a incorporação da Conrad pela Nacional, Rogério inicia novo empreendimento, a editora Veneta. Dois lançamentos chamam a atenção, de imediato: Memórias de uma beatnik de Diane di Prima e O livro dos santos do próprio Rogério de Campos.

O livro de Diane estava no topo das minhas recomendações a editoras interessadas em lançar autores da geração beat. Já levei obras dessa poeta, narradora em prosa, ativista política, coordenadora de oficinas literárias, praticante do budismo e também ocultista e professora de magia a palestras e cursos sobre a beat. Com destaque para o final de Memórias de uma beatnik: após relatar como era a vida na década de 1950, mostrando quanta coisa mudou por influência beat, testemunha o impacto da leitura de Uivo de Ginsberg e culmina com a recepção de Ginsberg e Kerouac por ela e amigos que dividiam seu apartamento – há uma orgia, com um cenário de cerimônia religiosa e réplica de sexo tântrico. O episódio, incluindo o modo intenso como Kerouac e ela transaram, é atestado na biografia de Ginsberg por Barry Miles; mas não é citado em sua subseqüente biografia de Kerouac. Perguntei a Miles se, afinal, havia acontecido ou era licença poética, ficcionalização da biografia: não soube responder – ninguém saberá, exceto a própria Diane.

Em minha lista de recomendações também entra, de Diane,  a poesia de Revolutionary Letters. Tenho levado a cursos e palestras. Um trecho, que cito em meu ensaio sobre beat e anarquismo místico (ainda inédito…):

OLHEM PARA AS ‘HERESIAS’ DA EUROPA POR ANTEPASSADOS

(remanescentes da Europa pré-colonizada e pré-romana)

Insistente e esperançosa ressurgência de communards

amor livre & prazer: ‘em deus todas as coisas são em comum’

secreta celebração de antigas estações festas e luas

Re-escrevam o calendário.

O livro dos santos, do próprio Rogério de Campos, é uma colossal compilação de barbaridades, bobagens e absurdos católicos: abrange folclore religioso, trechos canônicos, informação histórica. Muito legível, documenta milagres estapafúrdios, extremos da misoginia (inclusive pelo apóstolo Paulo) e rejeição do corpo, fanatismo e intolerância de todo tipo, reacionarismo e simpatia pelo fascismo (sob os Pio 11 e 12), confrontos com a ciência e a liberdade de expressão. São 366 páginas, livro volumoso em edição muito cuidada. Custa R$ 39,00. Para meu gosto, podia ser em pocket, com ampla tiragem e distribuição maciça para o povo, inclusive em paróquias e outros centros da devoção. Pode ser complementado pelo que já postei aqui, sobre manifestações do alto clero:

https://claudiowiller.wordpress.com/2013/03/03/o-que-dizem-os-prelados/

(viajo – retorno quando voltar, ou vice-versa)